A performance estelar da atleta transgênero AB Hernandez, culminando na obtenção do ouro tanto no salto em altura quanto no salto triplo femininos no campeonato de atletismo interescolar da Califórnia, deflagrou um aceso debate e galvanizou a atenção da mídia nacional, expondo as complexas nuances da inclusão de atletas trans no esporte competitivo. Competindo sob a égide de um novo protocolo da instância reguladora californiana – que, em face da crescente competitividade de Hernandez, permitiu a participação e premiação de uma atleta adicional nas modalidades em questão –, a sua vitória, embora celebrada por muitos, foi simultaneamente enevoada por manifestações de dissenso, perpetradas por opositores à participação de atletas trans em categorias femininas, evidenciando a persistente fricção ideológica em torno da questão. A implementação desta novel política pela Federação Interescolar da Califórnia, motivada tanto pelo sucesso singular de Hernandez quanto pela necessidade de alinhamento com a legislação estadual vigente, que salvaguarda o direito de estudantes trans competirem em equipes segregadas por gênero em consonância com a sua identidade autodeclarada, é, contudo, alvo de severas críticas, com detratores argumentando que a alteração regulamentar, longe de dirimir controvérsias, apenas exacerba a ambiguidade e a discórdia preexistentes. O presente imbróglio desdobra-se no contexto de uma pesquisa recente, cujos resultados revelam que uma parcela significativa da população adulta estadunidense – aproximadamente sete em cada dez indivíduos – manifesta oposição à participação de atletas trans femininas em competições esportivas femininas, independentemente do nível de disputa, demonstrando a magnitude do desafio inerente à busca por soluções equitativas e inclusivas neste domínio multifacetado.