Na quinta-feira, o Supremo Tribunal demonstrou firmeza em manter suspensas as restrições do presidente Donald Trump à cidadania por nascimento, buscando formas de limitar as decisões judiciais com alcance nacional. Não estava claro como essa decisão seria implementada, mas a maioria dos juízes manifestou preocupação sobre as consequências de permitir que o governo Trump negasse, mesmo que temporariamente, a cidadania a crianças nascidas de pessoas em situação ilegal nos EUA. Os juízes analisaram os recursos de emergência do governo Trump contra decisões de tribunais inferiores que mantiveram as restrições à cidadania suspensas em todo o país. As decisões com alcance nacional tornaram-se um importante mecanismo de controlo sobre as tentativas de Trump de remodelar o governo e uma fonte de crescente frustração para o presidente e seus aliados. O Procurador-Geral D. John Sauer informou ao tribunal que, desde o início do mandato de Trump em janeiro, foram emitidas 40 decisões com alcance nacional. A cidadania por nascimento é uma das várias questões, muitas relacionadas à imigração, que o governo solicitou ao tribunal que tratasse com urgência. Um caso como esse poderia ser apresentado e julgado rapidamente, e até ter aplicação em todo o país. No entanto, durante as perguntas da juíza Amy Coney Barrett e de outros, Sauer afirmou que o governo Trump poderia opor-se a tal ação judicial ou tentar atrasar ações coletivas. É raro haver argumentações no Supremo Tribunal sobre recursos de emergência, pois os juízes quase sempre lidam com a questão de fundo da disputa. Contudo, o governo não solicitou ao tribunal que analisasse a questão mais ampla neste momento e, se o tribunal decidir a favor do governo sobre as decisões com alcance nacional, não está claro por quanto tempo regras inconsistentes sobre a cidadania se aplicariam às crianças nascidas nos EUA. Espera-se uma decisão até o final de junho.