A economia da China cresceu 5,4% nos primeiros três meses do ano. Isso aconteceu porque as exportações foram fortes, antes de os Estados Unidos aumentarem os impostos sobre os produtos da China.

A guerra comercial está afetando a economia. Especialistas acham que a economia da China vai crescer mais devagar nos próximos meses, principalmente porque os Estados Unidos colocaram impostos de até 145% em produtos chineses. A China também colocou impostos de 125% em produtos americanos, mas diz que quer manter seus mercados abertos para negócios e investimentos.

Nesta semana, o presidente da China, Xi Jinping, visita países próximos na Ásia para falar sobre comércio livre e dizer que a China pode trazer "estabilidade e segurança" em tempos de incerteza no mundo.

Enquanto Xi visitava Vietnã, Malásia e Camboja, os Estados Unidos disseram que um funcionário importante, Sean O'Neill, iria viajar esta semana para Hanói e Ho Chi Minh, no Vietnã, para Siem Reap, no Camboja, e para Tóquio.

A China tem se concentrado em fazer negócios com outros países, além dos Estados Unidos. Eles participam de feiras para mostrar seus produtos e como são fortes na fabricação.

As exportações ajudaram a economia da China a crescer. Em 2024, a economia cresceu 5% ao ano, que é a mesma meta do governo para este ano.

Segundo Sheng Laiyun, porta-voz do Instituto Nacional de Estatísticas, as tarifas vão afetar a economia da China no curto prazo, mas não vão parar o crescimento a longo prazo. Ele disse que as exportações da China para os Estados Unidos são agora menos de 15% do total, comparado com mais de 19% cinco anos atrás.

A economia da China é sólida e tem muito potencial, mesmo com desafios.

A economia cresceu 1,2% nos primeiros três meses deste ano (janeiro a março). Isso é um pouco menos do que o crescimento de 1,6% que aconteceu nos últimos três meses de 2024.

As exportações da China subiram mais de 12% em março, comparado ao ano passado, e quase 6% em dólares no primeiro trimestre. Isso aconteceu porque as empresas queriam evitar as taxas de Trump. Essa situação ajudou a produção das fábricas a ficar forte nos últimos meses.

Muito disso já era esperado, impulsionado por ações preventivas antes dos aumentos de tarifas dos EUA e porque os importadores nos Estados Unidos correram para comprar mais antes que a situação piorasse", disse Stephen Innes, da SPI Asset Management.

A produção da indústria cresceu 6,5% nos últimos três meses, comparado com o ano passado. Isso aconteceu principalmente porque a produção de equipamentos aumentou quase 11%.

O maior crescimento foi em tecnologias novas, como a produção de carros elétricos e híbridos, que subiu 45,4% em um ano. A produção de impressoras 3D aumentou quase 45% e a de robôs para fábricas cresceu 26%.

A economia da China cresceu rápido comparada a outros países, mas tem tido dificuldades para se recuperar desde a pandemia de COVID-19. A crise no mercado imobiliário aumentou o desemprego, e por isso as famílias estão com medo de gastar.

Os preços para os consumidores caíram um pouco, 0,1%, nos primeiros três meses do ano. Isso mostra que as pessoas não estão comprando tanto quanto as empresas estão produzindo em muitas áreas. O investimento em imóveis, como casas e apartamentos, também continuou baixo, caindo quase 10% em comparação com o ano passado. Isso aconteceu mesmo com o governo tentando facilitar para as pessoas conseguirem empréstimos para comprar imóveis.

A crise das tarifas é mais um problema sério para a China. O governo chinês está tentando que as empresas invistam e contratem mais pessoas, e também quer que os consumidores gastem mais dinheiro.

Economistas de empresas e do governo continuam cuidadosos sobre o que vai acontecer, porque Trump muda muito de ideia sobre a guerra comercial.

Por causa do que aconteceu nas últimas duas semanas, é muito difícil saber como os preços entre os EUA e a China podem mudar, disseram Tao Wang e outros economistas do UBS em um relatório.

O Fundo Monetário Internacional e o Banco Asiático de Desenvolvimento pensam que a economia vai crescer cerca de 4,6% este ano. Eles estão mais otimistas.

Depois que Trump se tornou presidente, ele aumentou os impostos sobre produtos da China. Primeiro, aumentou 10%, depois 20%. Agora, a maioria dos produtos da China que vão para os EUA tem um imposto de 145%.

O banco UBS acha que as tarifas podem diminuir as vendas da China para os Estados Unidos em um terço e as vendas para o mundo todo em 10% (em dinheiro). O UBS mudou sua previsão de crescimento para este ano de 4% para 3,4%, e acha que vai ser 3% em 2026.

Nos últimos sete meses, a China fez mais para que as pessoas gastem mais e as empresas privadas invistam mais. Eles deram mais apoio para trocar carros e eletrodomésticos, e colocaram mais dinheiro em moradias e outras áreas que precisam de ajuda financeira.